terça-feira, 24 de novembro de 2009

No decorrer das horas...

Me perdoe por te abandonar por tanto tempo.
Mas há explicação.
Quando o ímpeto inicial de mudança passou, me senti envergonhada pelo que considerei ser um retrocesso no processo de evolução pessoal.
Mas descobri que isso acontece. É fato.
E é nestas horas que pesamos na balança as transformações que ocorreram e descobrimos porque já outras tiveram seu processo iniciado, mas não lograram êxito.
Quais os obstáculos que me impediram seguir em frente?
O que de fato faz parte do meu eu e o que nasceu e se desenvolveu como produto do meio?
Acredito ser importante esse retorno.
Olhar pra trás para depois mirar o futuro, criando novos objetivos.
É de fato o que quero.
Sempre seguindo em frente.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Tempo

Fechada para balanço.
Mais uma vez.
Tentando lidar com a frustração de não ter conseguido cumprir as resoluções tomadas.
Fracasso.
Direto para debaixo do tapete!

Paradoxo.

Apesar disso, a vida vai bem.
O barco vai correndo em águas claras.
Descobri que não há problema.
Depois de meses de busca pelo auto-conhecimento é bom e importante o momento de não reflexão.
É o momento de esperar que tudo aquilo que foi duramente enfrentado seja naturalmente absorvido.
Sem vontade de escrever mais no momento.

domingo, 11 de janeiro de 2009

RESSACA

Preciso de um tempo.

Não quero refletir sobre nada.
Responder sobre nada.
Falar sobre nada.

Deixe-me em paz.

Agora sou só consequência do pior que há em mim.

Ser humano.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Resoluções

É chegada a hora.

O final do ano se aproxima e é tempo de fazer o balanço sobre o ano que passou e as metas para o que se aproxima.

De início, não é tarefa fácil perceber realmente sua evolução, se é que ela existiu.

É difícil ter olhos críticos sobre si mesmo.

Você busca ajuda dos sinais externos: do que sente, do que ouve e do que vê. Mas nem sempre isso é suficiente.

A busca do auto-conhecimento é árdua. Não é tarefa fácil.

Voltar os olhos para si mesmo muitas vezes pode não ter um resultado satisfatório.

É cansativo e causa preguiça, tamanho o número de coisas que você descobre querer mudar.

Mas mais uma vez eu afirmo: o que importa é a vontade real. Aquela que impulsiona o movimento. É como girar uma roda de ferro: no início é árduo, mas uma vez em movimento, ela praticamente gira por si só. A força a ser aplicada é ínfima.

Este ano não foi um ano fácil.

Foi um ano de busca, de voltar os olhos para dentro.
Foi um ano triste. Mas com muitos momentos de alegria, sempre.
Foi um ano de saudades, de raiva, revolta e aceitação.
Foi um ano de solidão e de busca por estar sozinho.
Foi um ano de realizações.

Pela primeira vez na vida fiz metas e, realmente, as cumpri.

Algumas obstáculos estão sempre aí, trabalhando para o seu fracasso. E, pela segunda vez na minha vida, percebi sim, que você deve escolher bem aquilo que o cerca. Se você já tem que lidar com as suas frustrações e problemas, se ofereça, ajude ao próximo na medida em que consegue. Apenas isso. Não se estupre. Você precisa juntar suas forças para se erguer antes de fazer qualquer coisa.

Foi também um ano de surpresas. Há muito não cuidava de mim. E o movimento que se iniciou com a terapia já rendeu: exercício físico regularmente, alimentação equilibrada, redução da quantidade de álcool ingerido e, por incrível que pareça, pela primeira vez a tentativa real de largar o cigarro.

É incrível! Que de uma tristeza profunda você possa vir a tentar se tornar um ser humano melhor.

Quando você se quer bem, se cuida e consequentemente cuida melhor daqueles que estão a sua volta. E assim, aproveita melhor a sua família e seus amigos. Os programas deixam de ter aquela carga pesada de energia. Afinal, é muito melhor ir correr na praia com a sua amiga, do que ficar de sexta a domingo em uma night eterna! Sem considerar as bebedeiras durante a semana. Isso sem mencionar a melhora na disposição para o trabalho. Você chega mais contente todos os dias pela manhã. Trabalha com mais prazer e se diverte muito mais com os seus colegas.

Depois veio a surpresa: a melhor resolução foi aquela que veio aos 45 minutos do segundo tempo: largar toda e qualquer compulsão.

Não digo que nunca mais beberei ou colocarei um cigarro na boca. Mas se descobrir capaz de viver muito bem sem eles foi a melhor e mais gostosa descoberta de 2008.
Saber que posso controlar a minha ansiedade de outras formas é muito gratificante.
Te faz querer seguir em frente.

Para o ano que vem, desejo saúde para mim e para todas as pessoas que amo.
Desejo me amar mais, continuando este processo iniciado agora.
Desejo que que nunca mais a minha auto-estima vá para o lixo. Vou cuidar dela como nunca cuidei, agora que sei sua importância.
Desejo nunca mais depender da aceitação alheia.
Quem quiser gostar de mim: prazer, eu sou a Pri. Se não gostar, não ligo mais.

Não posso ser feliz e nem fazer os que estão a minha volta um pouco mais felizes se não me amar. Este é o primeiro impulso a ser dado na roda. Acho que consegui.

Quanto a tristeza e a saudade que sempre voltam, vou aprender a lidar com elas. Vou aprender! E sem me destruir!

As porradas estão fortes. Cada dia é uma luta.

Mas eu também, estou mais forte do que nunca.

Que venha 2009.

"Humildade. Amor e Caridade. Não julgue. Não condene. Perdoe."

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Fecho-me

Crise.
Sem vontade de refletir.
Sem vontade de sentir essa tristeza.
Sem vontade de escrever.
Sem vontade de dividir.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Blue Monday

"Olho em redor do bar em que escrevo estas linhas.
Aquele homem ali no balcão, caninha após caninha,
nem desconfia que se acha conosco desde o início
das eras. Pensa que está somente afogando problemas
dele, João Silva... Ele está é bebendo a milenar
inquietação do mundo!"

Mário Quintana

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Desculpe!

Hoje quero dividir algo que me aflige.

Para aqueles que me conhecem, não é dificil lembrar a última vez que pedi desculpas desnecessariamente. Este é uma de meus traços mais marcantes. Irrita aos outros, irrita a mim mesmo, mas é inevitável. Faz parte de mim.

Na busca por uma melhor qualidade de vida, após algumas sessões com a terapeuta, passei a ver filmes e ler a respeito da "Co-Dependência", doença que assolou minha família criada em um ambiente alcoólico.

É impressionante saber que uma criança que cresceu em um ambiente assim desenvolve uma série de comportamentos quando adulto, característicos desta doença.

Em minha primeira leitura, o susto! Era o material da Al-Anon (Grupo Anônimo para Familiares e Amigos de Alcoólicos). Me vi descrita de uma forma tão minuciosa, que parecia que tinha sido feito só para mim.

Ali, eu li perguntas como as que trago abaixo e fiquei realmente me impressionada (original aqui):

Você sente necessidade constante de aprovação e afirmação?
Você não reconhece suas próprias realizações?
Você tem medo de críticas?
Você costuma assumir mais do que pode?
Você já teve problemas com o próprio comportamento compulsivo?
Você fica preocupado quando sua vida está correndo bem e começa a antecipar problemas?
Você se sente mais ativo no meio de uma crise?
Você sente medo de figuras autoritárias e iradas?
Você confunde piedade com amor?
Você atrai ou procura pessoas com tendência a compulsão ou à violência?
Você se agarra a relacionamentos por medo de ficar sozinho?
Você às vezes desconfia de seus próprios sentimentos e dos sentimentos expressados pelos outros?

Para todas estas perguntas respondi um sonoro SIIIIIIIIIIM!!!
Fiquei um pouco confusa, mas satisfeita em perceber claramente estas características. Conhecendo o inimigo é mais fácil combatê-lo.

É também muito triste quando você, que viveu no escuro sem se perceber, nota finalmente tudo que te atingiu e ainda atinge.

Dá medo do mundo, das suas relações e principamente, arrependimento por várias atitudes que você teve na vida.

Querer mudar é o que importa. Poder mudar é o que importa mais ainda.

A minha resolução principal, neste momento, é parar de falar para os outros sobre minha vida, quando estiver fazendo isso, mesmo que de forma inconsciente, para provocar pena, compaixão ou para, simplemente, buscar aprovação sobre meus atos.

Não vai parar por aí.

beijos,

Pri

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

E quem fica?

"Senhores vivos, não há nada tão incomensurável do que o desdém dos finados"


Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Há Momentos



"Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre".

Clarice Lispector

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Maiakovski

Não acabarão com o amor, 
                              nem as rusgas, 
                              nem a distância. 
                              Está provado, 
                              pensado 
                              verificado. 
                              Aqui levanto solene 
                              minha estrofe de mil dedos 
                              e faço o juramento: 
                              Amo 
                              firme 
                              fiel 
                              e verdadeiramente. 

                                   
                                

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Ser Humano

Leviatã

Inveja

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Busco o silêncio, mas não alcanço

Quanto mais falar, menos será ouvido.

Quando mais se enaltecer, menos crédito terá.
Lao Zi

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Do lat. anxietate

Esta experiência com a terapia tem sido sensacional.

Mas bem que me avisaram... Mexer em vespero, pode não dar certo!
Dei de ombros e pensei... Tenho que tira-lo de lá, se quiser sentar à sombra da árvore.
Depois de quatro sessões, já tenho material suficiente para sentar e refletir por, no mínimo, um ano.
E estas reflexões poderão mudar minha vida para sempre, é claro.
Na primeira sessão veio o óbvio: ansiedade. 
Segundo o dicionário:

Dificuldade de respiração;
Opressão;
Angústia
Inquietação de Espírito;
Desejo veemente; 
Impaciência!
Impaciência....................

Esta sensação de inquietude comanda a minha vida. Em todos os sentidos que se possa imaginar.
Quando eu menos espero ela vem. Sorrateira. E me ataca!
Me deixa em estado de alerta e pronta para me defender.
Desconfio do mundo. Falo mais rápido do que penso.
Fico confusa e me atrapalho.

Isso afeta as minhas relações pessoais, no trabalho, com a família.
Além de me deixar exausta ao final de cada dia.
Cansaço...
Respira...

Inspira a força, o positivo, o bem, a segurança.
Expira a fraqueza, a energia negativa, a insegurança.

Inspira
Expira

As respirações que minha psicóloga me ensina estão melhorando muito a minha qualidade de vida.

Obrigada.








domingo, 19 de outubro de 2008

O início de tudo!

Sempre gostei de falar muito, principalmente sobre mim. É claro que uma hora meus amigos iam cansar. 

Além de serem meus companheiros para toda a vida, também tinha (tenho) mania de usá-los como terapeutas. E assim, lá pras tantas da manhã (muitas vezes nem tão tarde), tomava para mim as atenções de toda conversa e disparava uma metralhadora giratória em cima dos meus companheiros bebuns.
Isso é um defeito, sei bem, mas não posso negar que gosto de conversar sobre as coisas que me aflingem. Pena que muitas vezes esqueço que as pessoas que estou sufocando também tem os seus problemas.
Outro dia, num desses bares da vida, um grande amigo meu me disse:
Pri, além de ir fazer terapia, porque vc não começa a escrever um blog???
Entendi como uma piada, mas não foi que gostei da idéia?
Assim, posso não estar falando com ninguém, mas de fato parece que estou falando com o mundo...
Por enquanto é isso.
Os primeiros passos foram dados: já estou na terceira sessão da terapia e o blog foi criado.
Sejam bem vindos os que resolverem, por livre e espontânea vontade, participar um pouquinho da minha guerra particular.
Beijos,
Pri

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é" 
Clichê, mas se enquadra perfeitamente nesta situação...